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  • Foto do escritorIsabel Debatin

Desacelerar para viver: um não para a vida no x 2

Atualizado: 26 de jul.



Olá querida(o) leitora(o)! Pra quem me acompanha nas redes sociais, deve ter percebido um breve sumiço nos últimos dias. Acontece que me sinto exausta lá, buscando por coisas que me deixam ansiosa, desanimada e, consequentemente, menos criativa, menos proativa, e com menos vontade de viver o simples.


Vivemos num mundo em que tudo acontece de forma rápida, ou muito rápida. E as redes sociais, que nos servem como lazer, trabalho ou fonte de conhecimento, ao mesmo tempo bombardeiam nossos sentidos com muitas informações em tempo real.


Há algum tempo os podcasts, áudios e vídeos tem sido, cada vez mais, consumidos em modos acelerados [seja no x1.5, x1.75, x2], e a ideia de "aproveitar o máximo do tempo" ou “otimizar tempo” nos impulsiona a encher nossos dias com atividades sem fim.


No entanto, esse ritmo frenético tem seu preço, especialmente quando falamos sobre saúde mental. Um dos sintomas mais visíveis dessa cultura da pressa é o aumento dos diagnósticos de ansiedade, particularmente entre nós jovens [chegamos ao ponto de normalizar estarmos cercados de ansiosos].


Greg McKeown, em seu livro “Essencialismo: A disciplinada busca por menos”, discute a necessidade de eliminar o desnecessário e focar no que realmente importa. Ele argumenta que, ao tentar fazer tudo, acabamos não fazendo nada bem. Segundo ele, "apenas quando damos uma pausa e tomamos um tempo para pensar, podemos discernir o que é verdadeiramente essencial".


A filosofia do essencialismo vai de encontro à necessidade urgente de desacelerarmos. Quando vivemos a vida a 100 km/h, perdemos a capacidade de estar presentes e de apreciar o momento. Eckhart Tolle, em “O pode do agora”, também nos lembra que a verdadeira felicidade e paz são encontradas no presente, não em um futuro corrido e incerto [afinal, tudo que temos é o agora; o passado já passou, e o futuro, quem sabe se vai chegar?].


Autores como Carl Honoré, em “Devagar: Como um movimento mundial está desafiando o culto da velocidade”, também destacam a importância de desacelerar para melhorar nossa qualidade de vida. Segundo Honoré, desacelerar permite que aproveitemos mais as experiências e construamos relacionamentos mais profundos e significativos.


O que a ansiedade tem a ver com isso?


Pesquisas recentes mostram que a ansiedade está se tornando uma epidemia entre os jovens. A pressão para ter sucesso, a constante comparação nas redes sociais e o medo de ficar para trás contribuem para um estado de alerta contínuo. Quando vivemos sempre preocupados com o próximo passo, deixamos de viver o agora.


É claro que a ansiedade também fazia parte do contexto de várias pessoas em outras décadas, e o aumento de diagnóstico e de conhecimento sobre o assunto faz com que esses números sejam, com certeza, maiores do que em outras épocas. Porém, a nossa forma de viver também mudou, nós aceleramos muito, e talvez estejamos pagando o preço por isso.


Como desacelerar e viver o presente


Desacelerar não significa ser menos produtivo, mas sim ser mais consciente e focado. E existem formas de desacelerar sem isso ser uma cobrança também!


  • Pratique a atenção plena (Mindfulness): a prática do mindfulness pode ajudar a trazer a mente para o momento presente. Meditações guiadas e técnicas de respiração são ótimos pontos de partida;

  • Limite o tempo on: se possível, estabeleça horários específicos para verificar suas redes sociais e e-mails. Evite o consumo excessivo de informações que não agregam valor ao seu dia. tente identificar qual é o seu limite. Além do tempo, também filtre os conteúdos que você tem consumido, para de seguir contas que publicam conteúdos que geram gatilho, que tiram sua atenção, e que - novamente - não agregam em nada a longo prazo;

  • Priorize o essencial: utilize os princípios do essencialismo para identificar o que é realmente importante. Aprenda a dizer "não" para atividades que não são essenciais e que drenam sua energia;

  • Desconecte-se periodicamente: reserve tempo para se desconectar da tecnologia. Leia um livro, passeie ao ar livre, ou simplesmente aprecie a companhia de amigos e familiares sem interrupções digitais;

  • Incorpore rotinas relaxantes: adote atividades que promovem relaxamento, como yoga, leitura ou hobbies que você goste. Criar momentos de calma pode fazer uma grande diferença na sua qualidade de vida;

  • Pratique a gratidão: Anote diariamente pelo menos três coisas pelas quais você é grato. Essa prática simples pode ajudar a mudar o foco para o positivo e reduzir a sensação de pressa e ansiedade.


Portanto…


Em um mundo que valoriza a velocidade e a produtividade, desacelerar pode parecer um ato de rebeldia. [Talvez você vai se sentir na contramão do óbvio, porém, eu discordo totalmente daquela frase “trabalhe enquanto eles dormem, afinal, todos precisamos dormir, então permita-se dormir também e veja os reflexos positivos de uma boa noite de sono com a quantidade de tempo suficiente para que voce seja produtivo no outro dia]. Ou seja, é uma rebeldia que vale a pena.


Viver o presente, focar no essencial e priorizar a saúde mental são passos fundamentais para uma vida mais equilibrada e feliz. Afinal, como bem disse McKeown, "se não priorizarmos nossas vidas, alguém o fará por nós".



Um abraço carinhoso,

Isabel Debatin

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